Vendedora de sabão caseiro recebe pedidos até da Suiça após sua história ficar famosa na internet

O dia 22 de maio foi um marco na vida da dona de casa e vendedora Maria Helena. Mas ela não fez nada de diferente do que costuma a fazer há dois anos, quando começou a vender sabão caseiro em Volta Redonda (RJ). Embalados em um pote de plástico e vendidos por R$ 4, o produto "para limpeza geral" é vendido por Maria de porta em porta na cidade.

Na última sexta-feira, ela bateu à porta de Luiz Antônio. Disse o que sempre usa para tentar convencer clientes: "É uma pasta que eu mesma faço e que deixa tudo branco!". De início, ele afirmou que não iria comprar o produto, porque não estava precisando. "Ela agradeceu, eu fechei a janela, mas abri de novo e fiquei observando. Ela ficou com um semblante triste, talvez por receber mais um 'não', abriu uma garrafinha de água, começou a beber, apoiada no portão, parecia cansada", escreveu Luiz em sua página no Facebook.

Segundo contou no post, ele se arrependeu, abriu de novo a janela e disse que compraria o seu produto. "O sorriso dela foi tão satisfatório pra mim. Ela começou a explicar o produto, e falou que anotaria o contato dela, mas que não tinha condições de ter um cartãozinho, e me deixou esse pedaço de papel. E lá se foi aquela senhorinha, com a bolsa pesada, bater em outra porta".

Luiz gostou de Maria e resolveu compartilhar a história e o telefone dela para que outras pessoas pudessem comprar o sabão, em uma tentativa de ajudá-la a vender mais. Mas não poderia imaginar o tamanho da repercussão que teria. Com mais de 64 mil curtidas e 30 mil compartilhamentos, a história viralizou na rede social. 

Nos comentários do post, há pessoas, de várias cidades brasileiras, dizendo que já fizeram suas encomendas. E é verdade. Época Negócios entrou em contato com Maria Helena, que confirmou a história e disse que não está conseguindo lidar com tantos pedidos que têm recebido na última semana. "Deus está me abençoando. O rapaz falou para alguém e o pessoal não para de ligar. Até esqueci o nome da cidade lá na Suíça que me pediram para entregar. Mas é gente de São Paulo, do Rio", afirma. Ela interrompe a ligação duas vezes, após o sinal de que estava recebendo outra chamada apitar. 

Aos 61 anos, a dona de casa explicou que começou a vender sabão para complementar a renda e comprar remédios, mas que como não consegue carregar muito peso, sempre vendeu pequenas quantidades. Vende sem a ajuda da internet - que ela não conhece, nem sabe usar - ou de outra pessoa. Faz o produto em casa e sai batendo de porta em porta. "Para ir ao bairro onde fica a casa do Luiz, por exemplo, peguei dois ônibus". Maria diz que não têm conseguido lidar com a grande quantidade de pedidos, já que só recebe em dinheiro - a maioria dos pedidos têm vindo de outro estado. "Outro dia, um cara do Rio de Janeiro me pediu 50 potes. Consegui fazer um esforço, ele pagou o frete e aí foi. Mas não aceito entregas", afirmou.

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